sexta-feira, 27 de julho de 2012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Repetição


Você não sabe escolher as palavras certas. Incomoda. Entristece. Enraivece. Eu não quero mais ouvir uma palavra errada da sua boca. Eu não quero mais ouvir. Não quero mais sua boca.
E, por favor, me deixe escolher as palavras certas. Eu quero te dizer que eu não te quero - todo você. Cansei das suas mãos, da sua cor, do seu cabelo. Enjoei, sabe? Quero trocar.
Não tente me encontrar, pois se tentar eu vou dizer que já é tarde. Eu perdi o seu alarme, mas sei que a hora já passou. Vou escolher palavras erradas só pra você saber como é. Aquelas palavras que incomodam, entristecem, enraivecem. Até você perceber que não vai mais me querer e eu poderei sair atrás de outro com palavras erradas – ditas nos momentos certos ou não.
É tudo sempre a mesma coisa. Mas o mesmo você não dá mais.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Sobre voltar


Chega uma hora em que seus próprios dedos dão choques no corpo. E cada choque grita “Acorda, acorda, acorda!”. Acordar do quê? Do que, meu Deus do céu? É difícil entender. Mas aos poucos, como quem sai do coma, recupera-se a memória e primeiro surgem os clichês “Ah, como eu era feliz”, “Nossa, minha vida era tão melhor”, blá, blá, blá. Depois, fazendo força pra raciocinar – e conseguindo deixar a preguiça de lado – vêm os fatos “Escrever é como andar de bicicleta”. Pois bem, minha bicicleta esteve enferrujada por um tempo, e talvez eu cambaleie um pouquinho para voltar a andar, mas finalmente, FINALMENTE, a imaginação – que governa o mundo – bateu na ponta da minha língua, ou dos meus dedos, seja como for. Voltei a escrever, com um entusiasmo que há de crescer e com uma vontade imensa de contar. Contar histórias e contar os dedos. Começo no 10.